Fonte: FENAM
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RIO – O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ) recebeu, nesta segunda-feira (19), representantes do plano de saúde Amil para esclarecer o modelo de Consultório Satélite, em que o médico compartilha a sua agenda de marcação de consultas com a empresa. De acordo com denúncias recebidas pelo SinMed/RJ, a Amil faz o cálculo de apenas oito minutos para cada consulta.
Entretanto, os representantes da Amil, Roberta Tassi e Ricardo Sato, esclareceram que esse tempo é destinado apenas à marcação e não para realização da consulta. “Fazemos a marcação com este intervalo de tempo, porque o índice de faltas, para algumas especialidades, chega a 50% ”, explicou Sato. O representante afirmou ainda que a empresa não aceita que os médicos atendam mais de quatro pacientes por hora, conforme orientação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que diz que o tempo ideal para cada consulta é de 15 minutos. “A média dos médicos deste programa é de 3.4 pacientes por hora”, completou.
Já o SinMed/RJ deixou claro que não concorda com tempo limite para atendimentos e metas para médicos. Para Jorge Darze, esse procedimento está em desacordo com o Código de Ética Médica. “Sempre que houver determinações que sejam abusivas, vamos agir em defesa do médico. Se todos os pacientes vierem, esse médico ficará sobrecarregado e haverá um ambiente de tensão entre ele e os pacientes, face o tempo de espera, quando a responsabilidade é da empresa”, explicou Darze.
O SinMed/RJ solicitou da empresa o fim desta regra, que dá um caráter de fábrica, o que não deve ser. “Estamos lidando com seres humanos e não fabricando nada”, completou Darze.