Situação da Amil cria clima de indecisão e prejudica consumidor, diz advogada

agenciaweber

agenciaweber

Por Tatiana Viola | Advogada

SÃO PAULO – A empresa americana United Health anunciou a venda de suas operações – que inclui a carteira de planos de saúde da Amil – e diz que irá deixar o Brasil. A venda ainda precisa da autorização do CADE para evitar concentração de mercado, que vai contra o que o Código de Defesa do Consumidor.

No entanto, a suposta venda da carteira da Amil gera clima negativo do ponto de vista do cliente do plano. “Essa indefinição cria um clima de incerteza e causa prejuízo para o consumidor. Quando se falava que a carteira dos planos individuais seria comprada pela APS, ela fazia parte da United Health. Nesse caso, se houvesse qualquer problema, o grupo se responsabilizaria, mas, uma vez que o grupo expressa a intenção de vender a Amil como um todo, juntamente com a APS, o consumidor fica sem saber ao certo quem passará a ser o responsável”, explica a Dra. Tatiana Viola de Queiroz, especializada em Saúde e Direito do Consumidor.

Na visão da advogada, a situação ainda é muito incerta e envolve quebra contratual. “O consumidor escolheu contratar a Amil, e agora não sabe quem irá assumir esse contrato. Além disso, comenta-se que há empresas interessadas apenas nos ativos – como hospitais e etc- e ninguém ainda demonstrou interesse em comprar as carteiras. A situação é uma grande incógnita e o principal lesado é o consumidor”.

A especialista ressalta ainda que, seja quem for que assumir, terá que fazer a manutenção dos contratos atuais, em relação a valores, rede credenciada e demais condições. “Os clientes têm esse direito previsto em lei, mas, infelizmente, na prática, sabemos que não é bem assim que acontece. Temos exemplos de casos semelhantes no passado, como o da Golden Cross, que foi vendida em 2013 e nada foi respeitado como deveria ser. É um momento de muita insegurança em relação a Amil”, avalia.

Ela orienta o consumidor a aguardar a situação se definir e, uma vez que seja efetivada a troca no comando, solicitar de imediato a portabilidade de plano para outra operadora de saúde, ou a permanência no plano para verificar como o serviço será prestado. “Se houver problemas, é preciso documentar tudo, guardar todos os comprovantes e, caso não haja um acordo, acionar o Judiciário para pleitear o cumprimento forçado das condições oferecidas em contrato”, finaliza a advogada.

A Dra. Tatiana Viola de Queiroz está à disposição para comentar o tema.

Tatiana Viola de Queiroz é sócia-fundadora do Viola & Queiroz Advogados Associados, tem mais de 20 anos de experiência como advogada. É Pós-Graduada e especialista em Direito Médico e da Saúde, em Direito do Consumidor, no Transtorno do Espectro Autista, em Direito Bancário e em Direito Empresarial. É membro efetivo da Comissão de Direito à Saúde da OAB/SP. Atuou por oito anos como advogada da PROTESTE, maior associação de defesa do consumidor da América Latina.

Compartilhar:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Email

Deixe um comentário

Você pode optar por ficar anônimo, usar um apelido ou se identificar. Participe! Seus comentários poderão ser importantes para outros participantes interessados no mesmo tema. Todos os comentários serão bem-vindos, mas reservamo-nos o direito de excluir eventuais mensagens com linguagem inadequada ou ofensiva, caluniosa, bem como conteúdo meramente comercial. Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

JORNALISTA

Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

Categorias

Veja Também:

Fale com o Blog!