A Vida Azul de Ayres da Cunha

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Por: Alécia Pontes
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O médico paulista Ayres da Cunha Marques já foi cirurgião-geral, superintendente do Albert Einstein, em são Paulo – um dos melhores e mais renomados hospitais da América Latina –, dono de operadora de plano de saúde, político, além de criador de gado e de cordeiros. Sua atividade mais duradoura foi à frente como empresário de saúde. Cunha Marques comandou por 27 anos a Blue Life. Em 2007, quando foi vendida para a Amil, outra gigante do setor de planos privados de assistência médica, a empresa faturava R$ 360 milhões por ano. Hoje, aos 75 anos, idade em que a maioria das pessoas já se aposentou, Cunha Marques acredita que ainda é muito cedo para “calçar um velho chinelo, sentar numa velha poltrona”, como diz o mineiro Carlos Drummond de Andrade em um de seus poemas.
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Com parte do dinheiro recebido na venda da Blue Life, Cunha Marques foi criar peixe em Santa Clara dOeste, na nascente do rio Paraná, onde são Paulo faz divisa com Mato Grosso do Sul. O empresário já gastou R$ 30 milhões e diz que vêm mais investimentos pela frente. “Comecei a criar peixes assim que vendi a Blue Life porque queria outra ocupação”, diz. “Na época, eu não tinha uma ligação visceral com esse segmento.” Mas a piscicultura, uma atividade que tem atraído cada vez mais investidores no País, caiu rapidamente no gosto do médico. “A piscicultura foi me empolgando e quando vi já estava totalmente envolvido e apostando cada vez mais alto no setor”, afirma. “Caí na rede.”
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A bagagem de longa data como empresário tem feito a diferença na administração do negócio, embora tanto no ramo de atividade quanto nos valores envolvidos as duas atividades guardam pouca semelhança – pelo menos por enquanto, é claro. Nos tempos da Blue Life, Cunha Marques geria, por mês, a mesma quantia de dinheiro que gastou em quatro anos para colocar de pé o seu complexo aquícola para vender tilápias, a Zippy Alimentos. Entre 2008, ano em que fundou a marca e começou a vender o peixe, até fevereiro deste ano, quando inaugurou o frigorífico para abater a própria produção, ele construiu em uma área de 20 hectares uma fábrica de ração, uma graxaria para processar as sobras da produção, um laboratório para o desenvolvimento de alevinos (peixes entre dois gramas e 30 gramas, que são criados em cativeiro), além de refeitório e áreas de descanso destinadas aos funcionários. O negócio, que começou com 20 empregados, conta hoje com 200, entre eles engenheiros de alimentos e civil, veterinário, biólogo, além de um profissional do serviço de inspeção Federal (SIF) para examinar diariamente a água do rio e a produção dos filés de tilápia. Nas águas do rio Paraná, Cunha Marques mantém, em dez hectares de lâmina dágua, mil tanques-rede. Cada um abriga pelo menos 2,5 mil tilápias.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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