Amil em terras lusitanas e fora da Bolsa

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A UnitedHealth, dona da Amil, a empresa que comprou os hospitais HPP, fez uma oferta não vinculativa pela participação que a Rioforte tem na Espírito Santo Saúde (ES Saúde), apurou o Diário Econômico junto de várias fontes.

A proposta dos norte-americanos foi feita em carta datada do passado dia 19 de Setembro e visa negociar com a Rioforte a aquisição de 55% da Espírito Santo Healthcare que, por seu lado, domina 51% da ES Saúde.

Desta forma, tentam contornar fora de bolsa as ofertas que estão em cima da mesa através de Ofertas Pública de Aquisição (OPA), como a do grupo Ángeles, que está em curso, e as anunciadas de forma preliminar, como a da José de Mello Saúde e a da Fidelidade, controlada pelos chineses da Fosun.

Na carta enviada à 'holding' que controla os ativos não financeiros do Grupo Espírito Santo (GES), a Amil propõe-se comprar a posição de 51% da ES Saúde, oferecendo em troca uma contrapartida de 4,75 euros por ação, acima da oferta da Fidelidade, que ontem propôs comprar a empresa dirigira por Isabel Vaz por 4,72 euros.

Se for obrigada a avançar por via do lançamento de uma OPA, a oferta que a UnitedHealth fez à Rioforte terá de ser aumentada para, pelo menos 4,82 euros. Só desta forma os americanos conseguirão lançar uma OPA concorrente que ultrapasse em pelo menos 2% a última oferta apresentada: 4,72 euros propostos ontem pela Fidelidade.

United tenta contornar prazos legais
O Econômico não conhece o teor da resposta da Rioforte, e até ao fecho da edição, apesar das inúmeras insistências, não obtive qualquer resposta. Mas há um dado relevante: a Rioforte pediu a proteção de credores ao Tribunal de Comércio do Luxemburgo, que até 6 de Outubro terá de decidir sobre o futuro da ?holding' não financeira do GES.

A UnitedHealth, que detém a Amil, estará assim a tentar contornar o prazo de cinco dias para poder registrar uma OPA, depois de a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter aceite, na última sexta-feira, o registro da oferta do Grupo Ángeles, que começou a decorrer ontem e termina a 3 de Outubro. De resto, a CMVM terá de ter uma palavra decisiva na viabilização deste eventual negócio, que decorre em paralelo com a existência de ofertas de mercado.

Ao contrário da Fidelidade, que apenas depende da autorização ou declaração de não oposição por parte do Ministério da Saúde por causa do Hospital de Loures, gerido em regime de Parceria Público-Privada, para poder avançar com o registro da oferta na CMVM, a Amil poderia estar numa situação de dependência face à Autoridade da Concorrência, à semelhança do que acontece à José de Mello Saúde.

A Amil controla os HPP, agora redenominados Lusíadas Saúde, o que poderá colocar problemas de concorrência e obrigar a notificação ao regulador. Contactada, fonte oficial da Lusíadas Saúde, o braço da Amil em Portugal, diz que "não comenta" rumores de mercado.

O Grupo Mello também terá ensaiado contactos diretos com a Rioforte, precisamente por causa das mesmas limitações da Amil/UnitedHealth. Mas, segundo o Econômico apurou, o contexto de pedido de proteção de credores e a avaliação de que seria difícil uma operação sem passar pelo mercado, levou o grupo liderado por Vasco Mello e Salvador Mello a avançarem com uma OPA, que, de resto, ainda não está registrada.

Por, Antônio Costa, Hermínia Saraiva e Maria Ana Barroso Jornal português: Diário Econômico

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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