“Com Junior, a Amil tem agora a oportunidade de recuperar a década perdida”, diz Leonardo Guerreiro em entrevista exclusiva

Antes de mergulharmos na essência da entrevista com Leonardo Guerreiro, fundador da Tec Group, é imprescindível esboçar um retrato mais profundo desse notável goiano, cuja trajetória é marcada por uma aceleração rumo ao sucesso não apenas pessoal, mas também influenciando significativamente a carreira de inúmeros profissionais que tiveram a honra de estar sob sua liderança. Marcela Custódio, ao expressar sua empolgação nas redes sociais sobre a entrevista com o Guerreiro, não poupou elogios: “Ansiosa! Esse homem é grande não só de conhecimento e inteligência, mas de coração e caráter enormes. Eterna gratidão pelo privilégio que tive de fazer parte de seu time por três inesquecíveis anos”. Essa declaração ressalta a admiração e o respeito que Leonardo inspira em quem tem a oportunidade de conhecê-lo mais de perto.

A notícia de que Leonardo Guerreiro compartilharia suas perspectivas e experiências gerou uma onda de entusiasmo entre os seguidores do Blog nas redes sociais. Afinal, quem não deseja absorver os insights de uma mente brilhante, autêntica, íntegra e estrategista? Leonardo, contudo, é conhecido por sua abordagem direta, sem rodeios, que desperta as pessoas para a realidade, como destacou Rodrigo Martins, da RVM Corretora e admirador fervoroso de Leonardo, ao reconhecer a importância dos conselhos e até das reprimendas recebidas durante seu período sob a direção de Guerreiro, quando estava na Qualicorp.

Ao nos receber para a entrevista, Leonardo exibiu toda a sua estatura como líder inato, pronto para dialogar. Contudo, ao perceber a preparação do celular para a gravação, optou por uma abordagem mais tradicional, solicitando papel e caneta à sua assistente. “Não, Manu! Eu sou da velha guarda. Prefiro papel e caneta”, declarou com convicção. Essa preferência por métodos mais clássicos de comunicação é apenas um dos aspectos que delineiam a personalidade única de Leonardo, um indivíduo que valoriza a essência das interações humanas.

A entrevista revelou um Leonardo Guerreiro consciente dos limites e das complexidades do mercado em que atua. Ao ser questionado sobre o cenário atual, ele foi sucinto: “O mercado está devagar, quase parando, mas eu acredito que vai se fortalecer”, evidenciando uma percepção aguçada sobre as tendências econômicas. Sobre o nicho específico de sua atuação, manteve uma postura cautelosa, descrevendo-o como “um mercado controverso”.

Este perfil de Leonardo Guerreiro, portanto, não apenas ilumina seu caminho profissional marcado por um sucesso estrondoso e uma liderança inspiradora, mas também revela a profundidade de seu caráter, sua integridade e sua capacidade de influenciar positivamente a vida de muitos, fazendo dele uma verdadeira lenda no mercado.

Com essa trajetória, Leonardo Guerreiro, ou Léo como é conhecido, integrou a equipe de José Seripieri Filho, o Junior, sendo, portanto, um dos responsáveis pelo sucesso da Qualicorp, a maior Administradora de planos coletivos por adesão.

Para Leo, a Amil nas mãos de Junior não poderia ser “coisa melhor para o corretor e para o mercado”.

Como se não bastasse o fator Junior, que definiu a pauta do mercado nos últimos dias, esta entrevista aconteceu na terça-feira (26), dia em que o Canal de Vendas ainda estava sob o impacto da decisão da Amil de suspender a venda do produto Adesão. Nesse contexto, nossa primeira pergunta não poderia ser outra.

Blog do Corretor:
O que significou para Tec Group a suspensão da venda dos produtos Amil?

Léo:
Para mim, quase não teve impacto. Quem tinha privilégios era só a Quali e AllCare. Eu não vendia quase nada.

Blog do Corretor:
Você afirmou há pouco que o Junior no comando da Amil vai ser muito bom para os corretores. Por quê?

Léo:
Você ter uma operadora como a Amil em que o dono foi um vendedor de plano de saúde, teoricamente será estabelecida uma relação diferente. Eu diria que uma relação digna.

Blog do Corretor:
Você acredita que haverá reajuste de tabela?

Léo:
Acho que os valores dos planos, independentemente, de ser Amil, manterão a tendência de alta, a não ser que haja alguma modificação na política que rege os planos de saúde.

Blog do Corretor:
Que leitura você faz do almoço de Junior com o Moll da Rede D’or?

Léo:
Não quer dizer nada. O Junior vai almoçar com todo mundo agora. Ele é um comprador de serviço agora, não é? Os hospitais da Rede D’Or são credenciados da Amil. Hoje é muito difícil não ter relação com a Rede D’Or. Ponto. Acho muito difícil, hoje, uma operadora que queira atender as classes A, B, não se relacionar com a rede D’Or.

Blog do Corretor:
Você entende que a chamada portabilidade deveria ser revista?

Léo:
Ela deveria ser extinta! (risos) Nenhuma operadora de planos de saúde deveria ser obrigada a aceitar risco, porque no fim dessa história quem paga a conta são todos os usuários, porque impacta diretamente nos custos.

Blog do Corretor:
O que teria motivado a Amil a suspender a venda do produto Adesão?

Léo:
Readequação dos produtos ofertados. No modelo atual as vendas eram quase inexistentes.

Blog do Corretor:
Então, você acredita que a venda do Adesão da Amil vai voltar?

Léo:
Eu penso que sim. Mas não faça a pergunta que você pensou porque eu não vou responder. Você pensou: “pra quem vai voltar”, não é? (risos)

Blog do Corretor:
Você acha que a Qualicorp está no caminho certo para recuperar o seu protagonismo?

Léo:
Depois da gestão desastrosa dos últimos quatro anos, acho difícil, mas o Maurício é muito competente e está trabalhando forte para adequar as despesas. Mas o grande problema é mesmo a falta de produto para vender.

Blog do Corretor:
Você e o Junior, aqui em São Paulo e o [Alberto] Bulus no Rio, formaram um trio imbatível. Sucesso inquestionável. O que você achou da equipe que o Junior formou?

Léo:
O Beto é um apoio muito forte para o Junior, não só profissional como pessoal também; a contratação do Renato Manso para mim foi do c******, porque veio da fundação da Amil, trabalhou na Amil a vida inteira, conhece a Amil como ninguém; o Edivaldo, querendo ou não conheceu a Amil na fase da United, então, quer dizer: ele tem alguém que conheceu a Amil na época do Edson, e ele tem alguém que conheceu a Amil e seus problemas na época da United. Acho que essas duas combinações vão ajudá-lo bastante. Acelerar conhecimento e tomada de decisões. Estratégico.

Blog do Corretor:
O Junior possui um excelente relacionamento político. Eu senti o mercado otimista com essa particularidade. Você também acredita que essa boa relação vai resvalar no mercado?

Léo:
Acredito! Acredito que ter o Junior de volta ao jogo, ajuda o mercado como um todo na questão da visão macro do negócio. Não acredito em teses mirabolantes que todos falam que o Junior só comprou a Amil porque o Lula vai liberar o reajuste do individual, isso é balela. Mas o mercado estava sem interlocução [com o governo] desde a morte do Edson [Bueno]. Estava, não! Porque os Cândidos ainda fazem ali um pouco a interlocução [referência aos sócios da Hapvida], mas tirando eles, esquece. Então, executivo não vai dar a cara a tapa. Pra comprar briga nesse nível, só o dono. Você acha que o Irlau [Machado], aquele almofadinha todo “chiquetoso” vai a Brasília se expor pra levar porrada, pra resolver algum negócio do segmento? Não vai. E quem vai fazer isso? Junior e os Cândidos. Quem encara esse tipo de desafio são os donos, não os executivos.

Blog do Corretor:
E o Junior, além de dono, tem traquejo político…

Léo:
Todo dono tem que ter. O grande gol desse negócio é que volta a ter mais uma empresa de dono.

Blog do Corretor:
E além de ser dono é brasileiro.

Léo:
Sim! E vendedor de plano de saúde. Põe isso aí: vendedor de plano de saúde. Pastinha! O mercado devia se orgulhar de ter um Pastinha que virou dono de uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil.

Blog do Corretor:
Conhecendo tão bem o Junior, você acha que a Amil vai decolar?

Léo:
Se ele conseguir sanar os problemas da Amil já será um sucesso. Os gringos deram de presente. Venderam por 1/5 do que pagaram. Veja que os gringos acharam o negócio… Uma década de gestão estrangeira e não conseguiram levar a Amil pra lugar nenhum. Agora a empresa tem uma chance de superar os obstáculos e recuperar a década perdida.

Blog do Corretor:
Você acha que o Junior estará mais presente entre as Corretoras ao contrário do comportamento fechado que ele teve?

Léo:
Como fechado, menino? Quando ele abriu a QSaúde ele andou pelo centro da cidade aí, comprou peixe estragado aos montes, deu dinheiro pra “deus e todo mundo”, caiu na conversa de todo mundo…

Blog do Corretor:
Ah, mas naquele momento ele estava iniciando um projeto novo. Mas você acha que ele vai pra rua como o Edson Bueno ia?

Léo:
Não, mesmo porque o Edson não ia tanto à rua. Eu acho que esse papel é do Beto.

Blog do Corretor:
Agora eu quero uma foto sua bem bonita para ilustrar a capa dessa matéria que vai bombar no mercado.

0