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Uma notícia boa e uma ruim para Dilma Rousseff.

Primeiro a boa: nova pesquisa Vox Populi/Carta Capital divulgada nesta quarta-feira mostra a presidente ainda na liderança folgada da corrida presidencial, com 40% dos eleitores, enquanto seus adversários juntos somam 26% das intenções de voto, o que lhe daria a vitória no primeiro turno.

A ruim: este cenário eleitoral estável, em que Dilma caiu um ponto, assim como Aécio Neves (de 17% em fevereiro para 16%) e Eduardo Campos subiu dois (de 6% para 8%) vai ativar ainda mais a guerra midiática desencadeada pela oposição partidária e empresarial para impedir a qualquer custo a reeleição da presidente petista, que permitiria ao PT ficar 16 anos no poder.

Posso imaginar a cara dos barões e seus editores, comentaristas, colunistas e blogueiros na próxima reunião do Instituto Millenium, um olhando para o outro, e se perguntando: onde foi que nós erramos?

Após o bombardeio das últimas semanas, em torno da Petrobras e do noticiário negativo na economia, era grande a torcida deles para que na primeira pesquisa publicada a presidente Dilma desabasse e seus adversários disparassem na tabela das intenções de votos. Esta pesquisa Vox Populi, que praticamente manteve inalteradas as tendências do levantamento de fevereiro, foi um balde de água fria naqueles que buscam diversas formas alternativas, fora das urnas, para retomar o poder perdido em 2002.

O Plano A era formado pelas denúncias contra a Petrobras, por conta da compra da usina de Pasadena, nos Estados Unidos, um mau negócio feito oito anos atrás. Com a criação de uma CPI, queriam responsabilizar diretamente a presidente Dilma pelos prejuízos, mas até agora esta operação não surtiu o efeito desejado.

O Plano B já está em marcha, com a promoção dos "protestos pacíficos" que se repetem pelo país afora, seguindo um calendário pré-estabelecido, para criar um clima de descontrole nas ruas tomadas por vândalos do insano movimento "Não Vamos Ter Copa". Sim, vamos ter Copa, mas eles não se conformam, e já programam novas manifestações que acabam em atos de violência e prisões (por falar nisso, ao contrário do que aconteceu das outras vezes, quatro dos 54 "protestantes" presos pela polícia na terça-feira continuavam detidos até ontem).

O Plano C foi para as ruas esta semana com a nova greve dos policiais de Salvador, uma das cidades-sede da Copa, que levaram a saques e à convocação de tropas do Exército. A greve é comandada pelo ex-soldado da PM Marco Prisco, o mesmo da greve de 2002 (também ano eleitoral), que depois se elegeu vereador pelo PSDB de Aécio Neves. Outra liderança dos policiais é o deputado estadual Capitão Tadeu, do PSB de Eduardo Campos, agora candidato a federal. É preciso acrescentar mais alguma coisa?

A "Folha", que já criou o "protestômetro", informa que outras 16 categorias profissionais querem aproveitar o calendário da Copa para tentar conseguir aumentos acima da inflação e ampliar direitos trabalhistas". Ou seja, estão preparando novas greves.

Bem, se nada disso der certo, e as pesquisas teimaram em mostrar Dilma bem à frente dos outros, restará apenas uma última alternativa para as oposições partidárias-midiático-financeiras: marchar novamente para o Supremo Tribunal Federal e pedir o adiamento das eleições por "falta de clima" _ exatamente o clima de instabilidade que se está querendo criar com os planos relatados acima.

Como não sou dono da verdade, gostaria de saber o que os eleitores/leitores pensam de tudo isso.  
 
Ricardo Kotscho, 66, iniciou a carreira no jornalismo aos 16 anos no jornal Folha Santamarense. Depois, passou pelas redações dos jornais O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, das revistas Isto É, Época e, na televisão, pela TV Globo, CNT, SBT e Rede Bandeirantes. Atualmente é comentarista do Jornal da Record News e repórter especial da Revista Brasileiros.

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Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

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