Os corretores de seguros enfrentam uma encruzilhada?

Moderador

Moderador

Bancassurance: O Desafio aos Corretores de Seguros e a Esperança no Open Insurance

Por Manuel Matos

O recente anúncio da BB Seguridade, registrando um impressionante lucro de R$ 4,2 bilhões no primeiro semestre de 2024, coloca em evidência a força crescente do bancassurance no Brasil. Esse modelo de negócios, que une bancos e seguradoras para oferecer produtos de seguro diretamente aos clientes bancários, tem ganhado tração e desafiado o papel tradicional dos corretores de seguros. Diante dessa realidade, a pergunta que ecoa no setor é: o que os corretores de seguros, historicamente a principal força de vendas de seguros no Brasil, estão fazendo para conter esse avanço?

Os números apresentados pela BB Seguridade são claros: crescimento em múltiplas frentes, com destaque para o aumento de 7,4% no lucro líquido da operação de seguros, impulsionado por uma queda na sinistralidade e um aumento nos prêmios emitidos e retidos. O setor de previdência também registrou um crescimento robusto, com a captação líquida mais que dobrando em comparação ao ano anterior, reforçando a posição do bancassurance como uma força dominante no mercado.

Diante desse cenário, os corretores de seguros enfrentam uma encruzilhada. O avanço do bancassurance não apenas desafia sua participação de mercado, mas também confronta seu modelo de negócios tradicional, que depende de um relacionamento próximo e consultivo com os clientes. Com o bancassurance oferecendo uma experiência simplificada e integrada, os corretores precisam repensar suas estratégias para permanecerem relevantes.

É aqui que o conceito de Open Insurance surge como uma possível resposta. O Open Insurance, ao permitir a interoperabilidade entre diferentes plataformas e o compartilhamento seguro de dados dos consumidores, tem o potencial de nivelar o campo de jogo. Corretores de seguros poderiam utilizar essa infraestrutura aberta para acessar informações valiosas sobre os clientes, personalizar ofertas, e oferecer produtos sob medida que competem de igual para igual com as ofertas do bancassurance.

Além disso, o Open Insurance pode permitir que os corretores mantenham seu papel de conselheiros de confiança ao integrarem ferramentas de inteligência artificial e outras tecnologias emergentes em suas operações. Dessa forma, eles podem oferecer um nível de serviço personalizado e consultivo que os bancos, com seu foco em eficiência e escalabilidade, podem ter dificuldade em replicar.

Para os corretores de seguros, o Open Insurance representa mais do que uma ferramenta tecnológica; é uma oportunidade estratégica para redefinir seu papel no mercado de seguros.

Manuel Matos é coordenador do Comitê Open Insurance da Camara-e.net, entidade que presidiu durante cinco anos. Também é fundador da Via Internet Insurance Consulting, criada em 1995, e uma das empresas pioneiras da Internet no País.

Compartilhar:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Email

Deixe um comentário

Você pode optar por ficar anônimo, usar um apelido ou se identificar. Participe! Seus comentários poderão ser importantes para outros participantes interessados no mesmo tema. Todos os comentários serão bem-vindos, mas reservamo-nos o direito de excluir eventuais mensagens com linguagem inadequada ou ofensiva, caluniosa, bem como conteúdo meramente comercial. Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

JORNALISTA

Emmanuel Ramos de Castro
Amante da literatura, poesia, arte, música, filosofia, política, mitologia, filologia, astronomia e espiritualidade.

Categorias

Fale com o Blog!