Por Blog do Corretor | Artigo
Nesta Sexta-feira da Paixão de 2024, refletimos sobre as mudanças ocorridas desde aquela Páscoa de 2020, quando o mundo enfrentava a pandemia de Covid-19. O simbolismo desta data, marcada pelo sofrimento (páthos, em grego) de um Homem que trouxe amor, perdão e comunhão, ainda ressoa fortemente. Esse Homem, traído e entregue à morte por valores mundanos, nos convida a ponderar: avançamos moral e espiritualmente desde então?
Desde 2020, a humanidade enfrentou não apenas a crise sanitária, mas também desafios ambientais, sociais e políticos significativos. A pandemia serviu como um espelho, refletindo as melhores e piores facetas da humanidade. Por um lado, vimos atos de generosidade, solidariedade e uma reavaliação dos valores essenciais à vida. Por outro, a crise exacerbou desigualdades, revelou fragilidades nos sistemas de saúde e econômicos e, em alguns casos, fomentou o egoísmo e a divisão.
Se o Homem de Nazaré retornasse hoje, encontraria um mundo em transformação, ainda lutando para aplicar os ensinamentos que Ele deixou. A mensagem de desapego material e amor ao próximo, exemplificada na passagem de Mateus 19:21, permanece desafiadora. Em uma era dominada pelo consumo e pela busca incessante por riqueza, a ideia de vender tudo o que se tem para seguir um caminho de simplicidade e serviço ainda soa revolucionária, talvez até mais agora do que em 2020.
A pandemia, como uma moderna Páscoa, forçou a humanidade a uma “travessia”. Passamos por uma transformação coletiva, uma passagem de um estado de ser para outro. A crise nos convidou a repensar o que valorizamos, a reconhecer nossa vulnerabilidade e a necessidade de cuidarmos uns dos outros e do planeta.
No entanto, a pergunta sobre se avançamos moral e espiritualmente não tem uma resposta simples. Há evidências de progresso, de pessoas e comunidades que se reinventaram, que adotaram práticas mais sustentáveis e inclusivas. Mas também há contradições, como a persistência da pobreza, da desigualdade e do preconceito, que mostram quão longe ainda estamos de viver plenamente os princípios cristãos.
A incoerência entre professar os ensinamentos de Cristo e vivê-los no dia a dia continua a ser um desafio. A Sexta-feira da Paixão nos lembra do sacrifício feito por amor à humanidade e questiona se estamos dispostos a fazer sacrifícios, mesmo que menores, pelo bem comum.
Em resumo, desde 2020, houve avanços e retrocessos. A pandemia agiu como um catalisador para a reflexão e, em alguns casos, para a ação. Mas a jornada rumo a uma sociedade que encarne plenamente os valores de amor, perdão e comunhão é contínua e requer esforço constante. Nesta Sexta-feira da Paixão de 2024, somos convidados a refletir sobre nosso progresso nessa jornada e a reafirmar nosso compromisso com os princípios que devem orientar nossa existência.
4 comentários em “Reflexões da Sexta-feira da Paixão: Uma Travessia Moral e Espiritual Intensificada Desde 2020”
Maravilhosa reflexão, edificante contribuição que o blog está dando aos seus leitores com esse texto impecável.
Parabéns.
Manu, que lindo!
Sem falar no vídeo.
me emocionei…
Um final de tarde bucólico aqui no interior e lendo esse texto… olha, fiquei arrepiada. Muito lindo, pena que como você mesmo diz, a gente ainda tem muito chão até chegar perto do que ensinou o Humem, né??
Leitura precisosa.
Parabéns….